domingo, 25 de janeiro de 2015

DEPRESSÃO E PÂNICO

Quase todo mundo já ouviu falar em depressão. A maioria tem pouco conhecimento sobre o assunto e, daí, largam opiniões infundadas e ignorantes sobre a doença como "depressão é frescura", "já viu pobre em depressão? Isso aí é doença de rico que não tem do que reclamar e inventa problema", "isso é coisa de gente louca", e por aí vai. A síndrome do pânico é menos conhecida, mas não menos julgada. Primeiramente, um esclarecimento sobre as duas doenças retirado do link https://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20060930132536AAwL6Cl:

"DEPRESSÃO

Sinônimos e nomes relacionados:

Transtorno depressivo, depressão maior, depressão unipolar, incluindo ainda tipos diferenciados de depressão, como depressão grave, depressão psicótica, depressão atípica, depressão endógena, melancolia, depressão sazonal.

O que é a depressão?

Depressão é uma doença que se caracteriza por afetar o estado de humor da pessoa, deixando-a com um predomínio anormal de tristeza. Todas as pessoas, homens e mulheres, de qualquer faixa etária, podem ser atingidas, porém mulheres são duas vezes mais afetadas que os homens. Em crianças e idosos a doença tem características particulares, sendo a sua ocorrência em ambos os grupos também frequente.

Como se desenvolve a depressão?

Na depressão como doença (transtorno depressivo), nem sempre é possível haver clareza sobre quais acontecimentos da vida levaram a pessoa a ficar deprimida, diferentemente das reações depressivas normais e das reações de ajustamento depressivo, nas quais é possível localizar o evento desencadeador.

As causas de depressão são múltiplas, de maneira que somadas podem iniciar a doença. Deve-se a questões constitucionais da pessoa, com fatores genéticos e neuroquímicos (neurotransmissores cerebrais) somados a fatores ambientais, sociais e psicológicos, como:
Estresse
Estilo de vida
Acontecimentos vitais, tais como crises e separações conjugais, morte na família, climatério, crise da meia-idade, entre outros.


Como se diagnostica a depressão?

Na depressão a intensidade do sofrimento é intensa, durando a maior parte do dia por pelo menos duas semanas, nem sempre sendo possível saber porque a pessoa está assim. O mais importante é saber como a pessoa sente-se, como ela continua organizando a sua vida (trabalho, cuidados domésticos, cuidados pessoais com higiene, alimentação, vestuário) e como ela está se relacionando com outras pessoas, a fim de se diagnosticar a doença e se iniciar um tratamento médico eficaz.

O que sente a pessoa deprimida?

Freqüentemente o indivíduo deprimido sente-se triste e desesperançado, desanimado, abatido ou " na fossa ", com " baixo-astral ". Muitas pessoas com depressão, contudo, negam a existência de tais sentimentos, que podem aparecer de outras maneiras, como por um sentimento de raiva persistente, ataques de ira ou tentativas constantes de culpar os outros, ou mesmo ainda com inúmeras dores pelo corpo, sem outras causas médicas que as justifiquem. Pode ocorrer também uma perda de interesse por atividades que antes eram capazes de dar prazer à pessoa, como atividades recreativas, passatempos, encontros sociais e prática de esportes. Tais eventos deixam de ser agradáveis. Geralmente o sono e a alimentação são também alterados, podendo haver diminuição do apetite, ou mesmo o oposto, seu aumento, havendo perda ou ganho de peso. Em relação ao sono pode ocorrer insônia, com a pessoa tendo dificuldade para começar a dormir, ou acordando no meio da noite ou mesmo mais cedo que o seu habitual, não conseguindo voltar a dormir. São comuns ainda a sensação de diminuição de energia, cansaço e fadiga, injustificáveis por algum outro problema físico.

Como é o pensamento da pessoa deprimida?

Pensamentos que freqüentemente ocorrem com as pessoas deprimidas são os de se sentirem sem valor, culpando-se em demasia, sentindo-se fracassadas até por acontecimentos do passado. Muitas vezes questões comuns do dia-a-dia deixam os indivíduos com tais pensamentos. Muitas pessoas podem ter ainda dificuldade em pensar, sentindo-se com falhas para concentrar-se ou para tomar decisões antes corriqueiras, sentindo-se incapazes de tomá-las ou exagerando os efeitos "catastróficos" de suas possíveis decisões erradas.

Pensamentos de morte ou tentativas de suicídio

Freqüentemente a pessoa pode pensar muito em morte, em outras pessoas que já morreram, ou na sua própria morte. Muitas vezes há um desejo suicida, às vezes com tentativas de se matar, achando ser esta a " única saída " ou para " se livrar " do sofrimento, sentimentos estes provocados pela própria depressão, que fazem a pessoa culpar-se, sentir-se inútil ou um peso para os outros. Esse aspecto faz com que a depressão seja uma das principais causas de suicídio, principalmente em pessoas deprimidas que vivem solitariamente. É bom lembrar que a própria tendência a isolar-se é uma conseqüência da depressão, a qual gera um ciclo vicioso depressivo que resulta na perda da esperança em melhorar naquelas pessoas que não iniciam um tratamento médico adequado.

Sentimentos que afetam a vida diária e os relacionamentos pessoais

Freqüentemente a depressão pode afetar o dia-a-dia da pessoa. Muitas vezes é difícil iniciar o dia, pelo desânimo e pela tristeza ao acordar. Assim, cuidar das tarefas habituais pode tornar-se um peso: trabalhar, dedicar-se a uma outra pessoa, cuidar de filhos, entre outros afazeres podem tornar-se apenas obrigações penosas, ou mesmo impraticáveis, dependendo da gravidade dos sintomas. Dessa forma, o relacionamento com outras pessoas pode tornar-se prejudicado: dificuldades conjugais podem acentuar-se, inclusive com a diminuição do desejo sexual; desinteresse por amizades e por convívio social podem fazer o indivíduo tender a se isolar, até mesmo dificultando a busca de ajuda médica.

Como se trata a depressão?

O tratamento médico sempre se faz necessário, sendo o tipo de tratamento relacionado à intensidade dos problemas que a doença traz. Pode haver depressões leves, com poucos aspectos dos problemas mostrados anteriormente, ou pode haver depressões bem mais graves, prejudicando de forma importante a vida do indivíduo. De qualquer forma, depressões leves ou mais graves necessitam de tratamento médico, geralmente medicamentoso (com medicações antidepressivas), ou psicoterápico, ou a combinação de ambos, de acordo com a intensidade da doença e a disponibilidade dos tratamentos.  



 SINDROME DO PÂNICO

O que é?

O Transtorno de Pânico se caracteriza pela ocorrência espontânea de ataques de pânico. Os ataques de pânico duram quase sempre menos de uma hora com intensa ansiedade ou medo, junto com sintomas como palpitações, respiração ofegante e até mesmo medo de morrer. A pessoa pode ter múltiplos ataques durante um único dia até, apenas, alguns ataques durante um ano. Estes ataques podem ocorrer acompanhados por agorafobia, que é o medo de estar sozinho em locais públicos, especialmente, locais de onde uma rápida saída seria difícil em caso de ocorrer um ataque de pânico.

O que se sente?

O primeiro ataque de pânico muitas vezes é completamente espontâneo, embora os ataques de pânico, em geral, ocorram após excitação, esforço físico, atividade sexual ou trauma emocional. O ataque freqüentemente começa com um período de 10 minutos de sintomas que aumentam rapidamente. Pode se sentir extremo medo e uma sensação de morte e catástrofe iminente. As pessoas, em geral, são incapazes de indicar a fonte de seus medos. Pode haver dificuldade de concentração, confusão, aceleração do coração, palpitações, falta de ar, dificuldade para falar e um enorme medo de morrer. O ataque dura de 20 a 30 minutos, raramente mais de uma hora.

Como se faz o diagnóstico?

O médico diagnostica o transtorno de pânico através do relato contado pelo paciente, procurando diferenciar de outras doenças físicas ou psicológicas. Muitas vezes a pessoa procura ajuda quando nota que não está mais conseguindo sair sozinha de casa por medo que ocorra um ataque de pânico.

Como se trata?

A pessoa deve procurar um médico que provavelmente irá associar um modelo de psicoterapia com uma medicação. Os sintomas melhoram dramaticamente nas primeiras semanas de tratamento. Atualmente os medicamentos mais empregados são os antidepressivos."




Agora, já esclarecidas as duas doenças, é possível perceber que elas podem ter características, causas e consequências semelhantes. E mais: geralmente, as duas estão relacionadas e uma tem o poder de "despertar" a outra. Ambas as doenças são mais perigosas do que parecem (e, portanto, devem ser tratadas com muito cuidado e atenção) e são mais comumns do que se imagina. O site http://www.boehringer.com.br/conteudo.asp?conteudo=932 publicou números e porcentagens referentes às doenças, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde). São eles:

"Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão afeta cerca de 340 milhões de pessoas e causa 850 mil suicídios por ano em todo o mundo. No Brasil, são cerca de 13 milhões de depressivos.
  • Depressão e ansiedade são responsáveis pela metade (740 milhões de pessoas) das doenças mentais existentes no mundo, segundo a OMS.
  • Pesquisa desenvolvida no Brasil aponta que de 2% a 5% das crianças sofrem de transtornos depressivos.
  • Quem já teve um episódio de depressão no passado corre 50% de risco de repeti-lo. Caso tenha tido dois casos, a probabilidade de voltar a ter a doença pode chegar a 90%, sendo essa percentagem superior em caso de três episódios.
  • A síndrome do pânico atinge de 2% a 4% da população mundial, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
  • Estudo realizado nos EUA e publicado em 1984 mostra que 68% das mulheres e 60% dos homens pesquisados que tinham transtorno do pânico estavam desempregados na época. Revela ainda que pessoas com este distúrbio procuram atendimento médico sete vezes mais do que a população comum.
  • Pessoas que sofrem de depressão têm risco três vezes maior de desenvolver a doença de Parkinson, segundo pesquisa desenvolvida na Holanda.
  • Cerca de 15% das mulheres relatam sintomas de depressão nos seis meses que se seguem ao nascimento de um filho.
  • A Depressão é apontada pela OMS (Organização Mundial de Saúde) como a quinta maior questão de saúde pública e até 2020 deverá estar em segundo lugar.
  • 10% da população mundial já tiveram depressão, 60% não fazem tratamento e apenas 50% são diagnosticados corretamente.
  • Apesar de atingir uma grande parte da população - 17 milhões apenas no Brasil -, a depressão, muitas vezes, não é diagnosticada nem tratada de maneira adequada. Hoje a doença é a quarta causa global de incapacidade e deve se tornar a segunda até o ano de 2021. Além disso, a Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 75% das pessoas com depressão não recebem tratamento adequado.
  • O número de crianças e adolescentes norte-americanas com transtorno bipolar aumentou 40 vezes, de 1994 a 2003.
  • Pesquisadores de New York (EUA), Maryland (EUA) e Madri (Espanha) analisaram um Centro Nacional para Estatística de Saúde, calcularam o número de visitas nas quais os médicos registraram o diagnóstico de transtorno bipolar e encontraram um aumento de 20 mil, em 1994, para 80 mil, em 2003, sobre 1% da população com menos de 20 anos de idade."

  • Além desses números, é possível saber que pessoas oprimidas (por outras pessoas ou pela sociedade) têm uma probabilidade maior de desenvolver depressão.
    Até aqui, já ficou claro que depressão não é "frescura". Logo, não deve ser tratada como tal. A grande maioria dos médicos, psicólogos, terapeutas e profissionais que entendem sobre o assunto, indicam que a depressão, assim como a síndrome do pânico, deve ser tratada com medicamentos.



    No entanto, nem todas as pessoas aceitam a ideia de serem medicadas e procuram alternativas que não incluam nenhum tipo de medicamento.
    É conhecido, até mesmo pelos médicos que são a favor do uso de medicamentos, que alguns hábitos podem mudar o quadro da doença; O Dr. Dráuzio Varella aponta meditação e yoga como grandes aliadas no tratamento para a síndrome. O site http://www.sindromedopanico.com.br/tratamento-natural-para-a-sindrome-do-panico/ apresenta alguns hábitos que podem amenizar a reincidência e a intensidade das crises de pânico:

    "Aposte em uma alimentação rica em vitaminas (especialmente as do complexo B), sais minerais e bastante água. Assim, você fica com todos os nutrientes necessários para o bom funcionamento do organismo, especialmente do sistema nervoso.
    • Faça exercícios físicos, como uma caminhada, por exemplo. Assim você relaxa, se exercita e afasta a ansiedade.
    • Tenha o hábito de respirar profundamente, seja de manhã ou à noite. Respirar profundamente ajuda a aliviar o stress, baixar a ansiedade e evita as crises de pânico.
    • Aposte nos chás calmantes, como camomila, passiflora, erva-cidreira, chá com folha de laranjeira ou de alfazema. Assim você dorme melhor, se sente mais tranquilo e mais em paz.
    Os tratamentos naturais são coisas bastante simples, mas que podem fazer toda a diferença na vida do indivíduo com a Síndrome do Pânico. Obviamente que eles não substituem o tratamento médico e psicológico, mas ajudam a aumentar a qualidade de vida de quem sofre com o problema."

    Contra a depressão, é possível encontrar na internet diversos tratamentos alternativos: hipnose, acupuntura, homeopatia, dança, alimentação, aromaterapia, grupos de apoio, remédios naturais (não químicos), chás, a ioga e a meditação, novamente, entre outras formas de combate à doença que não medicamentos químicos. Alguns links podem servir de base para que a mudança se inicie:
    http://www.curapelanatureza.com.br/2011/11/depressao-tratamento-natural.html
    http://visao.sapo.pt/10-remedios-naturais-para-a-depressao=f776411
    http://www.tuasaude.com/tratamento-natural-para-depressao/
    http://www.remedio-caseiro.com/tratamentos-naturais-contra-a-depressao/

    Não há nada errado em fazer o uso de medicamentos (químicos e não químicos). O que "impede" algumas pessoas de usa-los é o medo do vício, da reação do corpo, das consequências para a saúde e do medo de julgamentos de pessoas que ignoram fatos sobre essas doenças e seus respectivos tratamentos. Além disso, algumas pessoas duvidam da eficácia dos medicamentos. Por exemplo, o site http://oglobo.globo.com/sociedade/saude/antidepressivos-trazem-mais-prejuizos-do-que-beneficios-2896469 publicou a opinião da médica Márcia Angell, que fala sobre a ineficácia dos antidepressivos e afirma que eles trazem mais prejuízos do que benefícios. O site http://www.escolapsicologia.com/quebrando-o-mito-dos-antidepressivos/ também se mostra contrário ao uso dos mesmos. Mas, como em todos os assuntos, há opiniões médicas contrarias às apresentadas nos links acima e, certamente, se uma pessoa for diagnosticada com depressão e/ou síndrome do pânico, o profissional que a está tratando lhe aconselhará a usar medicamentos químicos.

    Uma coisa é certa e todos concordam: se a pessoas já faz o uso de medicamentos, ela não deve parar o uso sem antes conversar com o seu médico e nem de forma abrupta. E nem deve-se fazer uso dos mesmos sem indicação médica.

    Depressão é doença. Síndrome do pânico é doença. Ansiedade crônica é doença. E cada uma delas deve ser tratada como tal.